Baú da Rita



Este espaço é destinado aos arquivos já mencionados aqui no Fios de Agora, como textos, entrevistas, reportagens e contribuições carinhosas dos amigos escritores. Como pérolas que não podem ser deixadas de lado!


Gratidão, Beth Fontes por tornar isso possível. Nossos registros de afeto abraçando esse ser iluminado que é Gloria Kirinus🌻





Lançamento - Dor de Passarinhos - Casa do Capitão 2018


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Lançamento - O Corpo das Hortênsias no MAJ (2015)










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Poetisa joinvilense Rita de Cássia Alves lança livro infantil


A poetisa Rita de Cássia Alves, idealizadora da Confraria do Escritor de Joinville, estreia nesta sexta-feira à noite Dor de Passarinhos, seu primeiro livro infantil. A obra conta com ilustrações do artista plástico e quadrinista Humberto Soares e será distribuída gratuitamente no Museu do Mar de São Francisco do Sul, durante a cerimônia de lançamento do título. (Por Jura Arruda)



Dor de Passarinhos é um livro repleto de afirmações poéticas que tomamos como verdade sem pestanejar, porque o lirismo que emana de Rita de Cássia Alves é verdadeiro como ela o é vestida de criança.
Ainda que tenha atentado só agora para sua verve de escritora infantil, Rita traz na bagagem toda poesia de que é feita e sabe muito bem que “a vontade de voar independe da idade, de ser gente ou ser ave”.
Dor de Passarinhos é livro para ser declamado diante de berços, em tapetes e cabanas de lençois, na cama antes de dormir, nos fios de um poste, diante de gaiolas abertas.

Conheça a autora
Rita de Cássia Alves é joinvilense, pós-graduada em Letras e Pedagogia, exercendo sua atividade profissional na Biblioteca Municipal Prefeito Rolf Colin.
Divulgou seus poemas por meio do Grupo de Poetas Zagarata, dos projetos Poesia em Trânsito e Pão com Poesia.
Atualmente, faz parte da Confrafia do Escritor e da Associação Confraria das Letras, que reúnem autores joinvilenses e interessados pela vivência socioliterária.
Conheça o ilustrador
Humberto Soares é contador de histórias, artista plástico, escritor e quadrinista. Em 2009, lançou seu primeiro livro como escritor, Contos em Cantos – um livro CD em parceria com a cantora Ana Paula da Silva. Em 2012, lançou o livro de quadrinhos Tatuí, o Príncipe dos Palmitos em parceria com Luciane do Nascimento.
Dirige em conjunto com o ator e produtor Alex Nascimento o grupo Pequeninus Produções Artísticas, que une contação de histórias, origami e artes plásticas.




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Na última terça-feira, dia 12 de julho, associados e diretoria da Associação das Letras se reuniram para para tratar de assuntos geral e dar andamento na execução de projetos da entidade. Na pauta principal o IV Encontro Catarinense de Escritores, a representatividade da associação na FLINEVE em Urubici, as publicações previstas e o lançamento da miniantologia Letras Associadas 4. É sempre muito bom o encontro e a troca com nossos associados. 






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 Essa turma é uma festa!
Obrigada pelo carinho do encontro, comemorando com Cila e Ester o riso da gratidão!
Bênçãos a todos😇!



É maravilhoso a gratidão....Rita e Silvana são grandes amigas De-Coração....Hoje fiquei emocionado pois faz muito tempo que a Confraria e os Escritores de Joinville me acolheram com o coração e cada um com sua estrela... o respeito com a minha Arte....Hoje tenho a certeza como comentou a Rita: "Procure pessoas que estão dispostas a compartilhar sua vida com você" e é a pura verdade...Minha Gratidão e Respeito Escritores de Joinville e em Setembro tem exposição, música e Literatura para a nossa felicidade e companheirismo...Amo todos!!
(Jorge Hiroshi)

 
Encontros Literários
(Confraria do Escritor 2015)










Retrospectivas Literárias

Os fios traçados ao longo das páginas podem surpreender o leitor, mas têm uma missão: mostrar as teias e o tecer do texto da escritora e poetisa Rita de Cássia Alves, funcionária da Biblioteca Pública Municipal de Joinville, que lança sua quarta obra nesta sexta-feira (12), às 16 horas, na Feira do Livro de Joinville. O livro vem a público sete anos após o seu último, “Pelo Submersa”, datado de 2005.
Rita trabalhou o “Fios de Agora” com três temáticas distintas: a questão delicada das teias; o tecer da aranha como metáfora para o tecer do texto e o tempo compreendido por meio da psicanálise. Fruto de um amadurecimento marcado por novas experiências, a obra revela um período de estudos e de concentração por parte da autora. “Penso que o contato com os outros escritores foi um excelente laboratório ao longo destes anos”, conta.
As 58 páginas do livro são ilustradas com fios que se encontrarão ao longo do livro. “Cada tema é um laboratório, e a poesia ressalta todos os mistérios. As metáforas saem dos seus casulos e os versos vão tecendo o homem – esta seda dos dias”, resume.
A poetisa é uma das idealizadoras e principais incentivadoras da Confraria do Escritor, projeto ligado à Biblioteca Municipal que propicia a troca de experiência entre artistas locais e estimula a publicação. Para Rita, é justamente essa troca relevante com outros escritores que marca a diferença entre a penúltima e a última obra. “Acredito que o escritor deve estar sempre se aperfeiçoando, buscando capacitação”, diz, antecipando que esse deve ser seu último livro de poesias. “Eu não vou deixar de ler poesias, mas agora estou escrevendo mini-contos e preparo um livro infanto-juvenil”.
Muralhas de Lã
O professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Marcos Laffin lança, no mesmo dia e horário, a obra “Muralhas de Lã”, que tem na sexualidade do homem e no gênero masculino multifacetado a sua principal temática. Laffin e Rita comemoram, juntos, 30 anos de poesia “Nos conhecemos na década de 80, em um movimento que começou pela rádio, no ‘Show das 10 em tempo de poesia’”, lembra Rita.
As obras custam R$ 20. Além do lançamento, haverá a apresentação do violinista clássico Ananias Almeida.
O encontro será realizado no Auditório Alcione Araújo.


Entrevista para a Rádio Joinville Cultural 

 

Meu cantinho das Letras

 

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Amigos/Colegas




 




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É UMA GOTA!
 Jura Arruda

Uma gota suspensa oscila entre o caminho e a queda.
Diferente da lágrima cristalizada, a água pendente não escorre, é um pranto pela metade, um meio termo da dor.
Assim, um rosto transforma-se pela pele e sua marca.
A delicadeza vem do apesar de.
Um filtro, um copo e a incerteza do líquido derramado.
Lembro Djavan: “Sabe lá, o que é sofrer de sede em frente ao mar...”
Somos intensos quando não sorvemos, quando naufragamos.
Expelimos o sal da rotina e a retina, nada.
Evitamos enxergar horizontes da mudança.
Pelo viés de outras falas, calamos a saliva de um amor inacabado.
Há um tênue fio que sustenta a dor neste corpo aprendiz.
Uma gota suspensa e uma lágrima cristalizada sabem das incertezas: uma é paradeiro e a outra, precipício.
Ao caírem, seriam tão banais como as manhãs sem a moldura das janelas.
Elas se mantêm intactas entre dois olhos e todo o vasto rosto.
Como dois amigos, seguem seu destino de talvez.
Nem cicatrizam, nem derrubam: sugerem a surpresa.
Porque a amizade é esta ternura que tatua a alma e os verbos se revelam enternecidos.
Mas os esquecidos de carinho ficam suspensos quando a tristeza desaba.
O rosto triste é um deserto de areias movediças: engole o espanto movido pelo amor.
Assim, lágrimas e gotas compõem o roteiro de um filme revisitado.
Autores, atores e máscaras fazem parte do mesmo espelho.
A plateia assiste ao tempo e temos em comum o cenário e as letras.
Escrevemos com os olhos nos dedos.
Mudamos de paisagem cada vez que hesitamos.
Sofremos se os sinais da pele enrugam o desejo.
Qualquer palco reconhece as cadeiras vazias.
O espetáculo é um tímido sopro que nos aproxima.
Amigos sempre se revezam na palavra saudade.

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Escreva-me


Jura Arruda

Quando a noite lhe parecer muito longa e o sol da manhã não trouxer um risco de esperança ou desejo de seguir, quando a lua esconder-se por trás de imensas nuvens e as estrelas se apagarem no nevoeiro, pegue o lápis preto que deixei sobre o caderno que nunca usei e escreva-me. Deixe os sentimentos escorrerem pelo grafite até a ponta sumir, conte-me de suas aflições e do quanto quer que os sonhos bons voltem a fazer parte do seu dia. Na madrugada solitária, o papel será eu recebendo todos os seus anseios, compreendendo toda a sua fraqueza, abraçando toda a sua dor. Escreva-me.
Quando o dia amanhecer e o sol for um assinte à treva que você escolheu para si, e os pássaros cantarem em revoada invadindo seus ouvidos cansados da felicidade sem sentido de quem é feliz, e no campo desmatado duas crianças sorrirem no contato com uma bola de plástico, ofendendo a abastada que você é, porque elas tem tão pouco e tanto riso oferecem, escreva-me. Pegue o lápis preto da madrugada insone e continue a contar-me quanto ranço e quanto desprezo sente pelo mundo. Deixe os sentimentos escorrerem pelo grafite até a ponta sumir.
Quando uma réstia abrigar-se em sua varanda, na tarde vazia e um canário da pena virada estender seu canto por mais de um minuto, fazendo-lhe inveja por tanto bem viver, pegue o velho lápis que deixei e o caderno que deixei e o carinho que deixei. Escreva-me.
Quando a chuva despencar de um céu negro e assustador, um raio tocar ao longe a terra e um trovão lhe fizer tremer de medo, quando muitos mais raios e trovões vierem e o vento agitar suas janelas e cortinas e seu quintal abrigar todas as forças do universo e tudo se parecer com o apocalipse, procure o lápis preto que caiu no chão, dê-lhe ponta de novo, segure as folhas do caderno que parecem querer voar. Trêmula e assustada, rabisque seus sentimentos e a falta que lhe faço.
Diante do fim, do medo e da escuridão, você há de desejar de novo a luz do sol, o canto dos pássaros, a luz vadia de uma tarde vazia e a brisa dos outonos que vivemos juntos. Nesse dia, cheio de trevas, você vai entender tudo o que lhe disse sobre a beleza dos dias, a fartura da vida e a essência da felicidade. Em segundos, se tornará claro em sua mente que não há grande felicidade se não houver pequenos momentos de alegria. Que você deve mais à vida do que ela a você. Nessa hora, quando tudo ficar claro você vai entender o sentido de sermos. Quando perceber que não é à toa que caminhos se cruzam, escreva-me. Serei para você a página em branco para registro e lamento de tudo o que poderíamos ter sido e não fomos.


Um Rosto de Infância

Marcia Tiburi lança seu quarto romance, “Era Meu Esse Rosto”
208 páginas
Record
R$ 34,90


       Em seu último ensaio publicado, “Olho de Vidro” (2011), a filósofa e escritora Marcia Tiburi refletia sobre a onipresença da imagem na cultura contemporânea. Em seu novo romance, é a ausência de uma imagem que norteia a busca do protagonista por si mesmo.
“Era Meu Esse Rosto” é o quarto romance de Marcia Tiburi, publicado após a conclusão de sua Trilogia Íntima: “Magnólia” (2005), “A Mulher de Costas” (2006) e “O Manto” (2009). Em comparação com os demais, o novo romance preserva a prosa limítrofe com a poesia, um narrar mais de sensações do que de situações. Há contudo, um elemento diverso: é a primeira vez que a literatura de Marcia lida com um narrador masculino. Um recurso que a própria autora admite, foi adotado para antepor um certo distanciamento do material mais pessoal e autobiográfico deste romance.
       “Criei um homem que eu ficcionalizei neste livro”. Talvez eu tenha feito isso para poder me distanciar da minha própria história. A gente sempre se inspira na realidade, porque a literatura é verossimilhança, tem a ver com o que poderia ter acontecido, e isso é o que vai sustentar o que chamamos de literatura. Há uma referência a um possível, e às vezes este “possível” é muito mais próximo do acontecimento vivido”, diz a autora, em entrevista por telefone.
       “Era Meu Esse Rosto” divide-se em duas linhas narrativas: a descrição, poética e exacerbada, das memórias de infância do narrador/protagonista em uma cidade do interior (nomeada apenas como V., como a Vacaria natal de Marcia), entremeadas com o relato de uma viagem do mesmo protagonista, já adulto, até a cidade da Itália de onde veio sua família (também batizada apenas de V.).

       Enredo

       O personagem cumpre essa jornada de V. a V. para tentar encontrar na Itália a pedido de uma parente, um retrato de seu avô, já morto e sepultado sob uma lápide sem foto. Essa busca por uma imagem fugidia é narrada em blocos de texto entre parênteses (transformando o presente do personagem em uma interrupção da infância na qual residem suas sensações e memórias mais vívidas). A jornada é também uma chave para o estilo elusivo e denso do romance.
       “O personagem busca uma imagem que não está disponível, então a objetividade também não está disponível. O que sobra para ele? A tangência, a busca, um caminho que vai se construindo no próprio processo”, comenta Marcia.
       A busca pela imagem física, fotográfica não é o centro da narrativa, e sim as evocações de uma infância em companhia das irmãs e dos “nonnos”: a avó, mais pragmática, o avô, uma figura marcante, contador de histórias e, aos olhos do neto, artífice de maravilhas.
       “O que é a memória senão impressão? Essa memória de infância mais ainda, porque está misturada com uma sensação da infância que, para quem vive depois de adulto, é só uma sensação perdida. Uma sensação carregada de pureza, de uma ausência de mediação. Agora, o que vivemos é mediado por nossa história, currículo, formação, cultura, família, exigências sociais. Mas, para a criança, tudo é descoberta, tudo se imprime com mais força. E nunca mais será tão forte”.

Fonte: Anexo A Notícia, por Carlos André Moreira

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O LIVRO


O primeiro livro impresso na Europa do século XV gerou uma autêntica revolução cultural. Permitiu que a educação e a cultura se expandissem para além dos círculos a que estavam restritas -- a nobreza e o clero” - Enciclopédia Britânica.
No Ocidente, o primeiro livro impresso com tipos móveis foi a Bíblia de Johannes Gutenberg, também chamada Bíblia Mazarin, da qual ainda existem cerca de 42 exemplares espalhados pelo mundo, um deles no Brasil. Entretanto, já no terceiro milênio a.C., no Egito, produziram-se livros em rolos de papiros, nos quais os escribas copiavam, sobretudo, textos de conteúdo religioso, político, comercial e literário. Eles eram guardados em potes de barro ou estojos de madeira. O mais famoso é O livro dos mortos, datado de 1800 anos a.C.
Mais antigas são as placas de argila, que existiram na Mesopotâmia no quarto milênio a.C, gravadas em escrita cuneiforme. Dessas, foram encontrados mais de 500.000 exemplares. A mais famosa coleção de tais placas é a chamada Coleção de Nínive, reunida pelo assírio Assurbanipal.
Diz a história que o imperador chinês Shi Huang Di mandou queimar todos os livros por achar que incitavam à subversão. A partir de então, por falta de matéria-prima suficiente, a madeira foi substituída pela seda e, finalmente, os chineses inventaram o papel, feito de casca de árvores e restos de tecido.
No século VII a.C., após a queda de Alexandre, o Grande, o papiro foi introduzido na Grécia, e a cultura helenística teve um extraordinário florescimento. Os sábios gregos foram atraídos para Alexandria pelo egípcio Ptolomeu. Ali instalados, dedicaram-se à ciência e à literatura na célebre biblioteca, incendiada por mãos criminosas e fanáticas no século I a.C.
Posteriormente, em Pérgamo, na Anatólia, foi difundido, na confecção de livros, o uso do couro fino e curtido, chamado pergaminho. Como este permitia a raspagem, é comum encontrarem-se textos antigos superpostos, chamados, por isso, de palimpsestos. Os livros eram, então, montados em folhas de pergaminho com capa de couro ou madeira, e tinham o nome genérico de códices. Mais tarde, em Roma, os livreiros importavam exemplares gregos e os mandavam copiar por escribas escravos.
Na Idade Média, após a queda do Império Romano, as instituições eclesiásticas se encarregaram da preservação do saber antigo, principalmente no império bizantino, primeiro refúgio da cultura grega, com a criação de vastas bibliotecas monásticas.
Os árabes, da mesma forma, tiveram decisivo papel nessa recuperação, transmitindo ao Ocidente o saber clássico através da Espanha islâmica. Por seu intermédio, obras de Medicina, Astronomia e Matemática foram traduzidas do grego para o árabe, e deste para o latim graças ao empenho dos monges copistas que os passaram da escrita grega e romana para a cursiva, produzindo as primeiras iluminuras, que ornamentavam a aparência dos códices de forma artística.
Com o surgimento das primeiras universidades, o livro fugiu do domínio religioso e difundiu-se entre o povo, dando origem ao comércio livreiro, que se expandiu a partir do século XIII, com o uso cada vez maior do papel, chegado ao Ocidente em meados do século XII através dos árabes, que o conheceram na China.
O Renascimento, com a transformação das condições sociais e do intercâmbio comercial, despertou o interesse da nobreza e da burguesia pela cultura em si. Surgiram grandes bibliotecas, cada vez mais ricas em obras em latim e em língua vernácula. Foram aparecendo os humanistas, que começaram a estudar os clássicos.
O viajante Marco Polo teria trazido da China a informação de que os chineses, desde o século XII, já produziam textos impressos em papel com tipos móveis, do que se teria aproveitado Johannes Gutenberg para desenvolver seu processo de fundição e inventar a tinta preta de fácil secagem, que permitia o aproveitamento dos dois lados da folha.
Estava inventada a imprensa, que revolucionaria a história do livro e o transformaria no veículo do saber. Os séculos imediatos, sobretudo o XVIII, deram início, com a mecanização e a industrialização, às grandes tiragens e à conseqüente difusão do livro. Hoje, original ou traduzido, ele alcança todo o mundo.
A única notícia desagradável na história do livro, é que, no Brasil, ele só chegou depois de 1808, com a vinda da família real, quando D. João VI, não por bondade ou espírito humanístico de verdadeiro estadista, mas por necessidade, fundou a Imprensa Régia, pois, até então, os prelos, na colônia, eram proibidos por ordem expressa da coroa portuguesa, subjugada ao Vaticano.
Tenho forte desconfiança de que a Inglaterra não fez o mesmo com os Estados Unidos da América do Norte. E vou além: nem a Holanda o teria feito, se tivesse colonizado o Brasil, como sonhou e desejou nosso malfadado e inditoso herói Calabar.
Conclusão óbvia: o livro ensina a ler, a escrever, a falar, a pensar e, sobretudo, a compreender e, segundo Carl Sagan, “compreender é uma das mais sublimes formas de êxtase.”

Notícia auspiciosa: estamos testemunhando uma segunda revolução histórica na transferência do saber: o livro-via-internet, com estonteante e inimaginável capacidade de armazenamento de texto e informação. Nada contra, desde que mude a roupagem, mas permaneça o velho livro imortal...
Comentário: Sorte nossa, que agora não dependemos mais dos caprichos de qualquer reizinho vagabundo, aqui arribado às correrias e sem alternativa, para escapar, espavorido, em defesa de sua fraca majestade, à sanha de Napoleão. Caso contrário, também não veríamos o novo livro no Brasil...

Mario Gentil Costa
magenco@terra.com.br


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Apresento a todos a Querida Ritinha, em seguida o poema da Dúnia de Freitas e o novo livro de Marinaldo de Silva e Silva.








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Evento dia 19/04/2012 em homenagem ao Dia do Livro.



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Texto - Revi Ielusc (2011) 

Poeta e Aprendiz  - Assoc. Educacional Luterana Bom Jesus/IELUSC. Revista Eletrônica do Curso de Comunicação Social - Jornalismo. 11/10/2011



Rita nasceu em Joinville, é umas das professoras-colegas de trabalho de Rosemary na Biblioteca Pública. Rosemary é encarregada do centro de pesquisas e Rita do setor de literatura. Para ela, é um privilégio poder sugerir livros aos leitores. “Você só pode levar mais dois livros, já tem outros dois em casa. São quatro no máximo”, Rita esclarece a situação para a aposentada, Vicenta Altava, uma das frequentadoras mais assíduas da biblioteca. “Leva esse. É lindo”, indica.

“A poesia de hoje não diz muito. Não parece literatura. Não é algo que você vai guardar, que você vai usar para um brinde de casamento, como uma frase de Vinicius de Moraes”, compara Vicenta. “Não te leva ao âmago da poesia.” “E a poesia está em tudo”, completa Rita. E o leitor? “O leitor é essencialmente intimista, se recolhe, precisa de silêncio e necessita estar perto de seus pares para trocar ideias.”

Rita tem cinco livros publicados: “Simplesmente Vida”, 1982, “Espaços do Coração”, 1984, “Denúncia de Pétalas”, 2001, “Ensaio de Pérolas”, 2004 e “Pele Submersa”, lançando em 2005. O sexto livro de poesia já está pronto. Chama-se “Fios de Agora”. “O próximo será de micro contos”, adianta. “Cada livro tem um estudo por trás. No último estudei as teias de aranha e a psicanálise.” Rita participou do Grupo de Poetas Zaragata e dos Projetos de Poesia em Trânsito e Pão com Poesia, junto com a professora Ana Simões.

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Joinville, SC - 25/03/2011
Atividades de arte poética serão desenvolvidas com os estudantes do Grupo Voo Livre

O projeto de extensão Voo Livre este ano irá oferecer atividades relacionadas a arte poética aos 40 alunos do grupo da Universidade para a Terceira Idade através da parceria com a Secretaria de Educação/Bibliotecas Públicas Municipais Prefeito Rolf Colin e Professor Gustavo Ohde. O projeto Voo Livre mantém também parcerias com a Casa de Cultura Fausto Rocha Júnior onde são oferecidas aulas de desenho, canto coral, e história da arte. As oficinas de vivencias poéticas serão ministradas pelos escritores Marinaldo de Silva e Silva e Rita de Cássia Alves. “A ideia é ressaltar o significado social da leitura e suas nuances no universo literário, poético e emocional. Durante sete encontros. Neste primeiro semestre serão apresentadas vivências, que envolvem obras de autores contemporâneos, com ênfase na literatura joinvilense e nos escritos dos próprios participantes, explicou Marinaldo. “Partindo sempre da premissa que a poesia agrega valor ao humano e à palavra, num convívio enriquecedor", ressaltou. Marinaldo de Silva e Silva é poeta, publicou 4 livros que são:O Beijo de Mephisto (2002), Cânticos de Eva (2006), Poesia para crianças quando ficarem adultas (2009), Adão Monossilábico (2010). Cronista do Jornal A Notícia, assinando crônicas às sextas-feiras; Colunista da Revista Premier, com a coluna Mr. President; formado em Letras e pós-graduando em Contação de Histórias e Literatura Infantil. Atua como funcionário Público da Prefeitura Municipal de Joinville, dentro da Biblioteca Pública Municipal. 

Rita de Cássia Alves, é joinvilense, professora e pós-graduada em Letras e Pedagogia (Orientação Educacional). Eexerce sua atividade profissional na Biblioteca Pública Municipal Prefeito Rolf Colin, em Joinville. Divulgou seus poemas por meio do Grupo de Poetas Zaragata e dos Projetos Poesia em Trânsito, Pão com Poesia e Programa Leia Joinville.

Premiações:

•Concurso Nacional de Poesia Lindolf Bell – 5º lugar (Timbó – SC)
•1º Festival Aberto de Poesia Falada – 3º lugar (São Fidélis - RJ) 
•Prêmio Barueri de Literatura – 1º lugar (Barueri – SP)
•16º Festival de Cerquilho – 2º lugar (Cerquilho – SP)
•II Concurso Nacional de Poesia José Gonçalves/Sociedades dos Poetas Vivos e Afins – 1º lugar (Natal – RN)

Livros Publicados/Poesia

•Denúncia de Pétalas – Projeto Périplo Literário / Editora Letradágua (2001)
•Ensaio de Pérolas – Concurso Estadual de Poesias / Fundação Cultural de Itajaí – Jornal Cultural o Papa-Siri (2004)
•Pele Submersa – Coleção Ipsis Litteris / Editora da Universidade Federal de Santa Catarina (2005)


Assessoria de Imprensa - 
Jornalista: Leila Patrícia Torres (MTb/SC 01342 JP)



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Reportagem do A Notícia - Anexo de 26/11/2002.



São eles
que cantam



Três joinvilenses - Rita de Cássia Alves, Patrícia Hoffmann e Rubens da Cunha - vencem concurso de poesia promovido em Itajaí

Florianópolis - Entre as 53 obras inscritas no Concurso Estadual de Poesia Fundação Cultural de Itajaí ­ Jornal Cultural "O Papa-Siri", a produção de Joinville não deixou tréguas para os demais concorrentes de outras regiões do Estado. A comissão julgadora, composta pelo professor de literatura catarinense Lauro Junkes e pelos poetas Alcides Buss, Pedro Port, Marcelo Steil e Rogério Lenzi, avaliou as obras entre setembro e novembro. Sem hierarquizar a premiação, que consiste na publicação de mil exemplares de cada obra em até 120 dias, o júri apontou como melhores trabalhos o de Rita de Cássia Alves que apresentou
"Ensaio de Pérolas"; "Sete Silêncios", de Patrícia Hoffmann; e "Visitações do Humano", de Rubens da Cunha, todos de Joinville. Foi concedida apenas uma menção honrosa (sem direito a publicação) a Artemio Zanon, que enviou "Arca de Salvação".
"Não se trata de uma competição, por isso a divulgação se dá em ordem alfabética. A poesia é uma forma permanente e antiga da arte verbal. O concurso atingiu seu objetivo: a visibilidade de novos autores e, conseguinte, novas obras. O incentivo à produção poética, sua revalorização, aceitação e circulação é a alavanca propulsora do jornal cultural "O Papa-Siri", que abre espaço para a novidade (linguagem) e para aquilo (poesia) que não tem vez em outros veículos", afirma o editor Rogério Lenzi.
Rita de Cássia Alves, Patrícia Hoffmann e Rubens da Cunha integram o movimento poético que ganha forma em Joinville com o projeto Périplo Literário, que consiste na edição de livros com recursos do Fundo Estadual de Cultura (FEC). Até o momento já foram publicados 12 obras de autores novos e outros já reconhecidos.


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Poesia que toca no ser humano
Lauro Junkes (in memorian)
Especial para A Notícia
Florianópolis - Não fossem tantas as razões de ser da poesia, sua existência seria perfeitamente justificável pela inestimável contribuição que presta à "humanização" do ser humano. Constatei, uma vez mais, tal fato ao ler "Pele Submersa" (EDUFSC), da joinvilense Rita de Cássia Alves. E detive-me, de imediato, no título selecionado: pele representa a camada que recobre o corpo e, como tal, é órgão de grande sensibilidade, ponto de contato, elemento sensível aos relacionamentos, não sendo em vão que o primeiro poema fala em "pele dos afetos"; entretanto, complementa-se com submersa, de caráter diverso, negativista, destruidor, sufocante, ocultador. Estaria nossa pele sufocada, nossa sensibilidade não cultivada, insuficientemente ativada? Leiam-se os poemas com atenta sensibilidade para auferir as devidas conclusões! Eles apresentam-se em três conjuntos, sem que ocorram radicais alterações de uma seção a outra. 
Mantêm, como substrato permanente, a relação entre ser humano/natureza, num diálogo entre reinos animal e vegetal. Desvela-se toda uma nova visão da natureza - animada, viva, de circulante afeto, num autêntico processo de animização (Raul Bopp!). Percorre os poemas toda uma área volátil, de indefinição, que dilui as fronteiras entre abstrato e concreto, sólido e líquido, interior e exterior, privilegiando a expressão metafórica da sinestesia. Observem-se passagens como: "Nos vermelhos,/ amantes/ ardem ontens (p.18); o solar da memória/ debruça-se em ruínas" (p.19); "A pessoa que nasce em mim / tem gosto de amora.// Demora/ mas será colhida" (p.35); "Entre dois,/ a nódoa do silêncio/ polui ternuras (p.39); Há uma vazante/ de línguas/ nos lábios da noite" (p.52). Transparece, constante, uma refinada simbiose entre sensibilidades humanas e elementos da natureza, conduzindo a uma nova visão, renovada percepção, aguçada sensibilidade ante o universo circundante. 
Não se busquem, entretanto, interrelações concretas e racionais, porque se trata de um novo universo que emerge, transfigurado, ou então, que se enriquece de constantes transignificações, ultrapassando as palavras em seu significado banal, para insinuar novas ordens de valores semânticos na interpretação do real. Conseqüentemente, ante esses poemas, impõe-se ao ser humano rever e refazer todo o seu olhar, a sua atitude face à natureza.
Avalie-se o poema "Reentrâncias": Distâncias/ obstruem afagos.// Da corrente e seus minérios,/ a argila ata-se ao lodo,/ mas o acúmulo lhes parte.// No liame de sonhos,/ a areia é mera espectadora./ Ferem-lhe os pés/ escorregadios de duna.// Uma a uma, as gotas/ querem amar o rio,// e a margem seca.// Pequenas ternuras/ ultraviolentam raios,// enquanto enferruja// a saudade"(p.57). Como já se evidenciou sobejamente, nesses poemas entrecruza-se um autêntico festival de linguagem, para cuja fruição o dicionário constitui total inutilidade, porque a sensibilidade forja inusitadas relações semânticas. É a sensibilidade do leitor que definirá os conceitos, as sensações, as vivências. Não se espere, entretanto, que desse relacionamento defluam enlevos românticos (Embora mantenha linha reflexiva, supera de muito o caráter pessoal dos poemas de "Simplesmente Vida", mesmo em expressões como "Conhecer-me na rotina e no espelho/ Será o crescimento da minha liberdade"). A linguagem até incorpora palavras duras, necessárias para depurar o novo processo de percepção que os poemas pretendem despertar no leitor. Outras vezes desenrola lúdicas aliterações de intrínseca beleza: "Brinquem com os alecrins/ porque recordam o manto,/ no monte de Marias sem/ a madureza dos dias" (p.27).
AFETO
Aqui referências humanas se entrelaçam com manifestações diversificadas dos outros reinos. Todo o universo, com suas manifestações às vezes desconcertantes, aponta para o ser humano em suas múltiplas dimensões e relacionamentos, cujo fundamento essencial requer o amor, o afeto, o relacionamento sensível; e a condição minguante ou crescente de tais manifestações - "Os corpos/ são cheios/ na lua minguante,/ desejosos/ do quarto que cresce" (p.47) - condiciona os estágios díspares da condição humana. Indispensável se torna atentar para as relações possíveis entre o título e o corpo de cada poema, porque estas nem sempre são manifestas. 
Esse pequeno volume, de reduzidas páginas, ponteadas por versos que tendem ao ncurtamento, é prova sobeja de que a poesia não requer espraiada discursividade e de que qualidade e quantidade não se requerem mutuamente. No poema autêntico, as palavras, até individualmente, se apresentam prenhes de significações, conotações e sugestividades, propondo, aqui, explodir o caráter submerso da pele, liberando os afetos, as relações geradoras de vida, o avolumar-se da sensibilidade perceptiva e um vertical mergulho no ser humano e no seu estar no mundo.
Lauro Junkes, crítico literário, presidente da Academia Catarinense de Letras.  Em 12 de novembro de 2005 
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Livro-gestação



É assim que Rita de Cássia Alves define o livro "Denúncia de Pétalas", que exigiu dez anos de preparação

Marlise Groth
Joinville - A paixão pelas letras começou quando criança e o apoio dos pais, e a sensibilidade dos professores, foram decisivos no trabalho de Rita de Cássia Alves, uma das poetas selecionadas pelo concurso Périplo Literário, em Joinville. Com duas outras obras já editadas por conta própria ("Espaço do Coração" e "Simplesmente Vida"), em 1982 e 1984, ela realizou um sonho ao ter "Denúncia de Pétalas" selecionado no concurso promovido pela Fundação Cultural de Joinville (FCJ) e publicado por uma editora. Para a autora, que em 2001 ficou em quinto lugar no Concurso Nacional de Poesia Lindolf Bell, "é muito difícil um autor se ver consagrado por meio de um livro. Isso é importante, não por exibicionismo, mas para estimular outras pessoas a buscarem o mesmo".

Com 42 anos, Rita de Cássia é funcionária pública e se dedica ao magistério, um espaço que lhe permite a troca de experiências e um grande conhecimento social. Formada em letras e pedagogia, a escritora também é uma das integrantes do grupo Zaragata, uma agremiação que se dedica ao estudo e a pesquisa da língua portuguesa, da poesia e suas possibilidades. E foi a Cidadela Cultural Antarctica, nova sede do grupo que Rita escolheu como local para conversar. "O Zaragata não é um reduto, mas uma oportunidade lúdica de conhecimento", comenta. Foi através dele que ela participou dos projetos Poesia em Trânsito e Pão com Poesia. O primeiro afixou, com o apoio da municipalidade, adesivos com poesia na porta dos coletivos. O segundo, imprimiu textos em sacos de pão. "Agora temos a possibilidade de uma sede, sinal de que os projetos também podem aumentar", considera.

Tendo como referencial Cecília Meireles, Drummond, Florbela Espanca (enquanto sonetos), Pablo Neruda, Mário Quintana, e os mais recentes Elisa Lucinda, Marta Medeiros e Hilda Hilst, Rita de Cássia entende que cada poeta tem o seu estilo próprio por causa da percepção. Segundo ela, o estilo é a identidade do criador, fruto da intuição do desejo e da escolha de elementos para a composição do texto. "Denúncia de Pétalas" é, segundo a autora, resultado de uma gestação de quase dez anos. "É um trabalho solitário pelo texto que é criado, e solidário porque é o acréscimo do que as pessoas te trazem dos livros lidos", comenta. Para Rita de Cássia, a leitura é uma atividade prazerosa à qual dedica grande parte do seu tempo. Embora tenha uma agenda cheia, que inclui visitas às escolas para conversa com os alunos (um dos compromissos estipulados pelo Périplo), a escritora garante que consegue manter a marca de três livros lidos por semana. Além disso, já prepara o próximo lançamento. Quanto ao tema, o assunto é segredo.
"Denúncia e Pétalas", de Rita de Cássia Alves, Letradágua Editora,
48 páginas, R$ 10,00.
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Pizza de Letrinhas 


Alguns escritores estão reunindo ideias para o bem comum. As reuniões estão acontecendo uma vez por mês na Biblioteca Municipal de Joinville, na bela construção onde funcionava o Piazza Itália. É um movimento proposto pela poetisa Rita de Cássia Alves e abraçado pela Coordenadora da Biblioteca, Alcione Pauli e pelo Secretário de Educação, Marquinho. Duas horas por mês não parece muito para tanto quanto se tem a dizer, porém, é tempo suficiente para alimentar o ânimo de quem sonha com um mundo mais poético, mais sensível à beleza das palavras. 

Entre os escritores que se encontram, há quatro cronistas do Notícias do Dia, Hilton Göressen, Donald Malschitzky, Roberto Szabunia e o escritor desta crônica que, por modéstia (falsa?) não consegue sequer usar o pronome “eu”. Mais que os escritores deste jornal, há também escritores dos mais importantes da cidade, como Borges de Garuva, David Gonçalves, Wilson Gelbcke e a própria Rita; há também novos escritores, como Melanie Peter, cronistas de outros jornais como, Rubens da Cunha e Marinaldo da Silva e Silva, além de empreendedores das letras, como Sueli Brandão e Taíza Mara R. Moraes. Um grande e qualificado grupo que vem trabalhando pela literatura local, não em debates herméticos, mas com ações práticas (a redundância se faz necessário), que se não geraram ainda o resultado esperado, já podem ser consideradas um avanço na área. 

Para celebrarmos esse momento da literatura joinvilense, onde os próprios escritores estão tendo a oportunidade de conhecer seus pares e ler suas obras, hoje, nesta promissora noite de sábado, nos encontraremos para a 1a Pizza de Letrinhas, onde cada escritor criará um recheio para pizza e o denominará com o nome de uma obra ou autor. Já pensei em ralar batatas para sobrepor à Mussarela e chamar minha pizza de Quincas Borba, ou talvez usar fios de ovos e chamá-la de Rapunzel. Independente dos sabores e da criatividade de nossos escritores, este momento servirá para que nos encontremos para um bom bate-papo, piadas, conversas jogadas fora e divagações a cerca de estarmos escritores e de tudo que isso representa. 

Hoje, envoltos em farinha, esticando queijos, salpicando orégano e ao som de uma boa trilha musical, alguns escritores de Joinville se reunirão mais uma vez, desta vez sem o peso de uma reunião formal, sem atas nem pautas, sem a ansiedade de produzir ou o compromisso de resolver o mundo, e talvez por isso mesmo, a gente consiga, hoje, produzir mais e resolver o mundo. Afinal, as ideias nascem nos mais insólitos lugares, nas mais despretensiosas das conversas, com os mais variados sabores.

Jura Arruda 
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Livros "esquecidos" viram bem comum em projeto da Biblioteca Municipal de Joinville
A Biblioteca Municipal de Joinville "esqueceu" em vários pontos da cidade mais de 70 títulos de literatura. Trata-se do Projeto "Soltos na Cidade", que pretende deixar em praças, pontos de ônibus, bares ou qualquer outro lugar, livros que podem ser levados para casa e apreciados sem compromisso. A ideia é que o leitor "esqueça" também o livro, depois de lido, passando adiante a obra e o despertar da leitura.
Soltos na Cidade é uma das ações do município que fazem parte do Programa Joinville Cidade dos Livros e, segundo, Alcione Pauli, coordenadora da Biblioteca, está apenas no início. A ideia é que muitos livros que já estejam catalogados e com exemplares sobrando, façam parte do projeto. Escritores que fazem parte da Confraria do Escritor já doaram livros seus para o "Soltos na Cidade".
A pessoa que pegar o livro, lerá na primeira página o seguinte texto:
"Esse livro chegou até você. Ele não pertence a ninguém. Está Solto na Cidade! Após ser lido, ele poderá ser deixado (esquecido) em praças, pontos de ônibus, bares ou qualquer outro local público, para que seja achado por alguma pessoa interessada em lê-lo. Faça o mesmo, libere os seus próprios livros para que outros possam aproveitá-los! Caso queira, mande-nos um e-mail com o seu comentário a respeito do projeto para biblioteca@joinville.sc.gov.br ou ligue 55 (47) 3422.7000. Boa leitura!"
É possível fazer doações para o projeto, desde que o livro não esteja rasgado ou rasurado. Os contatos são os mesmos do texto acima.
Fonte: http://caixaderessonancia.blogspot.com/2011/11/livros-esquecidos-viram-bem-comum-em.html

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Ao andar pela cidade 

         É possível – e provável – que você não saiba, porque nunca sabemos, mas seu andar pela cidade é especial, diferente.
Há pessoas, e tantas há, que gostam de se apresentar como donos disso, donos daquilo e se vangloriam de o serem de terras e árvores e plantações. Tristes donos, afinal, ninguém conhece um deles a quem um pássaro já tenha perguntado se pode trinar em seu domínio ou uma borboleta pedido permissão para beijar suas flores, nem  uma nuvem temido molhar seu solo.
Seu andar é diferente porque você pisa no solo onde semeou, e ele não é seu e você não se importa. As sementes são tantas que você já perdeu a conta de quantas foram e onde estão, até porque não sabe exatamente por onde foram espalhadas. Mas foi nesse solo!
Você anda e alguém aponta e sorri por ter visto a magia de sua garganta encantando uma multidão, e você sequer percebe, mas o encanto permanece.
Um cadeirante quase se acidenta e bendiz o quase acidente por contar com uma cadeira de rodas e poder acidentar-se pelo movimento. Há notas de seu instrumento nos raios dessas rodas.
Uma jovem o cumprimenta e você se espanta, pois os jovens esqueceram o que é cumprimentar, e seu verso serviu para ajudar a educar essa jovem.
A alegria passeia com o casal e a filha que os adotou, e o cuidado nos ensaios faz parte da receita da alegria deles.
Afastado o fantasma da doença para algumas, diagnóstico precoce para outras e a grande probabilidade de cura. Seu nervosismo, no palco, ajudou a estender a mão salvadora.
Está tudo bem com ela. Agora, com o exame na mão, ela o sabe. Em sua humildade e pobreza, respira aliviada. Seu hálito faz parte desse suspiro.
Ao invés de fofocas, comentários sobre a beleza. A torcida dos artistas, no camarim, foi o estopim dessas conversas.
Ao seu andar, percebe uma cidade um pouco mais feliz.     Organização, publicidade, venda de ingressos, decoração, luz, som, preocupação estão nos alicerces dessa felicidade.
Você anda e a  cidade é seu campo. A messe está aí, no respirar, mesmo anônimo,  do campo onde você semeou.

Donald Malschitzky
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O Espirito Anda Vagarosamente
http://fiosdeagora.blogspot.com/2011/12/o-espirito-anda-vagarosamente.html
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Curiosidades

  • A tartaruga é o mais antigo símbolo do planeta. É o símbolo da energia de Deus e da Mãe Eterna.
  •  É o símbolo da longevidade para os taoístas.
  • No Feng Shui, a tartaruga atrai proteção, saúde e prosperidade.

Cágados e Tartarugas 

São répteis que têm uma carapaça dura semelhante a uma caixa óssea. Esse casco é formado por uma camada externa queratinizada, a base de queratina, e outra interna, óssea. Conforme o animal cresce, são depositadas novas camadas nessa estrutura e o casco então aumenta de tamanho. O acréscimo de camadas está relacionado à alimentação do animal e, portanto não pode ser usado para estimar sua idade. Quando se sentem ameaçados recolhem a cabeça, pernas e cauda, ficando assim protegidos. Vivem em lagoas rasas e terrenos pantanosos, possuem pescoço tão longo quanto a coluna vertebral. Alimenta-se de vermes, moluscos, pequenos peixes e vegetais. Existem formas terrestres, aquáticas marinhas ou de água doce. Em geral as pessoas utilizam o nome jabuti para designar os animais terrestres, tartaruga para os marinhos e cágados para os aquáticos de água doce.

Tartaruga-da-Amazônia

Tartaruga-da-Amazônia
Réptil de água-doce, que habita o rio Amazonas, norte do Brasil, Guianas, Venezuela e Colômbia e seus afluentes. Seu casco tem forma oval, sendo que os ossos são cobertos por um escudo córneo. Na carapaça, observamos um colorido preto, marfim ou cor de laranja, com manchas escuras regulares. Possui patas curtas e potentes, sendo a anterior com cinco unhas e a posterior com quatro unhas. A cabeça é achatada e pequena e nela localizam-se os olhos, as narinas (na parte superior do focinho) e a boca. Seu tamanho na fase adulta é de 80 centímetros de comprimento e 60 centímetros de largura. A época de reprodução desses répteis vai de setembro a dezembro, quando a tartaruga enterra uma média de 60 a 100 ovos em um buraco de 44 a 56 centímetros de profundidade. Dentro de 45 a 60 dias depois, nascem as tartaruguinhas, que imediatamente correm para o rio. O local da postura é chamado de Tabuleiro.

Tartaruga Gigante 

Tartaruga Gigante
É o animal que vive mais tempo. Mora nas ilhas Galápagos e pode chegar aos 150 anos. Nenhum outro o bate em longevidade. É também uma das maiores tartarugas do mundo. Pesa até 226 kg e tem uma carapaça que mede mais de um 1 metro. Maior, só mesmo a tartaruga marinha, que conhecemos como tartaruga de couro. Esta pode ultrapassar os dois metros de comprimento e pesar até 600 kg. Talvez faça sentido dizer-se que devagar se vai ao longe. 

Você sabia que todas as tartarugas vivem no mar?

Tartarugas Marinhas
No Brasil, aqueles répteis que têm um casco grande que carregam para todo lugar são chamados de Tartarugas, Cágados ou Jabutis. Esses nomes dependem do local onde vivem.

Aqui no Brasil as Tartarugas são aquelas que vivem no mar, ou seja, são as chamadas Tartarugas Marinhas. 

A maior espécie de Tartaruga Marinha é popularmente conhecida como Tartaruga de Couro, mas seu nome científico, aquele que qualquer pesquisador, independente do seu país pode reconhecer, é Dermochelys Coriacea. Difícil, não?

Pois é, apenas o nome científico não muda, o nome popular, aquele que conhecemos, pode sempre variar.

Nos Estados Unidos, tanto as Tartarugas Marinhas quanto os Cágados são chamados de Turtles. 

Poucas espécies de Tartarugas são carnívoras. A maioria é onívora, ou seja, se alimenta de plantas e animais aquáticos ou terrestres. No casco desses animais existem placas dérmicas (aqueles quadradinhos que enfeitam os cascos) e, para saber a idade desses animais, é só pedir a um especialista que poderá descobrir contando as linhas de crescimentos dessas placas.

As Tartarugas são animais migratórios, não tem casa fixa, são conhecidas como viajantes do mar. Quando está na época de sua reprodução, ela retorna à praia em que nasceu. Ela coloca seus ovos escondidos em buracos dentro da areia desta praia.

No litoral brasileiro, o período de desova (quando colocam os ovos) é de dezembro a junho. Estima-se que para cada 1.000 Tartarugas nascidas, apenas 1 ou 2 chegam à idade adulta. Elas levam 30 anos para se tornarem adultas e podem pesar de 65 (a mais leve) a 750 quilos (a maior).

No Brasil, o Projeto TAMAR é o grande responsável pela preservação das Tartarugas Marinhas.

Dizem que os Quelônios são muito antigos e que vivem no nosso planeta desde a época dos dinossauros! 

Ah! Se a Tartaruga falasse...

Caracol de carona!
Assim como ocorre com o ser humano, vários animais nascem com um problema que impede a produção da melanina, pigmento colorido que protege a pele do sol. O fenômeno é conhecido como albinismo, e ocorreu com duas tartaruguinhas na reserva de Abufari, no estado do Amazonas.

Tartarugas albinas
Por serem facilmente avistadas por seus predadores, as tartarugas albinas serão criadas por um ano em cativeiro, até atingirem um tamanho em que não sejam mais tão vulneráveis.





Aquário Sea Life, Oberhausen, Alemanha
Dois mergulhadores, um vestido de cozinheiro e outro de Papai Noel, dão “cookies” de Natal para uma tartaruga no aquário Sea Life, em Oberhausen, na Alemanha. Os cookies dos animais marinhos, no entanto, não são feitos de massa de biscoito, mas sim de peixe.


Uma fotografia em preto e branco feita na Ilha de Santa Helena em 1900 é a chave para a descoberta do animal vivo mais velho do mundo. A imagem, feita durante a Guerra dos Bôeres – em que a Inglaterra anexou os territórios Transvaal e Orange, no nordeste da África do Sul –, mostra o jabuti em um gramado da Ilha de Santa Helena, que fica no sul do Oceano Atlântico.

Ilha de Santa Helena 
Batizado de Jonathan por Sir Spencer Davis, governante da ilha em 1930, o jabuti tem uma idade estimada de 176 anos. Quando o animal nasceu, em 1832, o Brasil era uma nação independente fazia apenas 10 anos, e o imperador d. Pedro II era apenas uma criança de sete anos.

Na mesma época, o cientista Charles Darwin fazia a viagem a bordo do HSM Beagle que gerou sua teoria da evolução. Em sua passagem por Galápagos, Darwin encontrou o jabuti Harriet, reconhecido como o animal mais velho do mundo até morrer, em 2005, aos 175 anos de idade.

Segundo um porta-voz do governo da ilha de Santa Helena citado pelo jornal britânico Daily Telegraph, o jabuti é uma propriedade do governo local e vive no gramado da residência oficial da autoridade local. O porta-voz também afirmou que, apesar da idade, Jonathan é bastante ativo e adora ganhar atenção.

O jabuti, que pertence à espécie Testudinipae cytodira, foi trazido das ilhas Seychelles para a Santa Helena já com idade adulta.

As imagens do animal, que fazem parte de uma coleção de fotos da Guerra dos Bôeres, foram vendidas recentemente em um leilão por R$ 14.000,00.

Jabuti e veado selvagem - amigos
O jabuti chamado Sadie e o veado selvagem conheceram-se no centro Dotty Cooper para animais abandonados, nos Estados Unidos, e desde então surgiu uma amizade no mínimo peculiar. Segundo o responsável pelos animais, o jabuti até ensinou seu amigo a comer. 


Filhotes de tartaruga-estrela-birmanesa


Três filhotes de tartaruga-estrela-birmanesa (Geochelone platynota), uma espécie seriamente ameaçada de extinção, nasceram no Zoológico de San Diego, nos Estados Unidos. Os ovos da tartaruguinha, que dificilmente se reproduz em cativeiro, eclodiram em dias diferentes na semana passada. E os biólogos do zoológico têm mais a comemorar: há ainda outros ovos da espécie para serem chocados. Nativa de Mianmar, onde quase desapareceu por causa da caça, a Geochelone platynota tem muitas semelhanças com o jabuti brasileiro.
 

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