Microconto I
Voltei à superfície. Numa fração de dois tempos, vida e morte. Apagadas estavam as artérias e as falanges doíam. Estive a salvo numa água de sal e sangue. A intenção era o desapego do corpo, agarrar um sopro que saísse pelo nariz e resvalasse na putrefação da carne. Miolos e espasmos se confundindo com as bolhinhas de ácido. Quando sobrevivi, o inesperado veio até a borda da piscina e piscou o olho. Gritei com a pele despencando pelos azulejos. Certamente o que pulsava agora latejava antes. Mas olhos vazados não são vazantes, se repartem em meio aos ossos.
pensando ser pássaro
ResponderExcluirde lugar alto
aterrisou na calçada
pensamentos espalhados
feito tijolos quebrados
os braços estendidos
olhos arregalados
sonhos interrompidos...
Viandante incansável, sem rotina e resfolego. Adoro o que você possibilita nas cordas desafinadas do meu coração.
ResponderExcluirBeijão,
Geny