Rita de Cássia Alves - Pedagoga

Há citações que ficam enraizadas e nos impulsionam, tornando-se velas acesas no castiçal cotidiano. "O passado deve ser trampolim e não sofá", cujo autor é desconhecido, aciona dispositivos amorosos que alertam para o conformismo. Tecer com fios de agora o recebido é intensificar o afeto conquistado.

Agradecer pelo verde das manhãs e pelo sol que descortina sonhos luminosos espanta o saudosismo: vivemos no ontem e o hoje se reveste de primaveras. Acalentamos um desejo que não chega, prevendo que a flor nasça florida. Em que parte do caminho esquecemos o botão?

Por onde quer que andemos, as possibilidades se vestem de pétalas, e o néctar do presente nos brinda com asas. Para que possamos voar, manter a alma com os pés no chão e sentir que entre mares e vales desponta a esperança, é preciso tocar a flor do instante.

Regar o aprendizado do momento nos impulsiona, e o que brota da terra-relacionamento conduz o humano ao amor fértil. Feliz de quem não se poupa do espontâneo, pois o instantâneo fotografa vontades. Pular sem redes é descruzar braços: o carinho entreabre portas. Na ponta dos pés, o desânimo tenta sentar-se à mesa, mas as cadeiras ocupadas pela emoção preenchem o tédio. Corpos de cristal exigem mãos habilidosas. 

Agarre as oportunidades sem desperdiçar o requinte da natureza, que nos convida ao puro ar dos sentimentos.

Fonte: http://www.an.com.br/anescola_m/2006/set/01/

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