Poemas do dia
SIGNOS SUSPENSOS NO TRAPÉZIO DO POEMA
MALABARISMOS
Movimentam-se os versos na acrobacia
do papel.
Há vertigens no traçado das linhas:
cordas verticais recebem o imaginário
em desequilíbrio.
Para que as redes e o sobressalto
das palavras,
se o poeta vinga na queda
a pele com seus signos e sinais?
Meu poema que brinca no picadeiro!
AS CISMAS DA PLATEIA
Senhoras e senhores, atentem para o silêncio
das lonas.
Toquem o chão das estrofes e descubram o barro
que lhes modela o riso.
Atentem para as cadeiras vazias:
elas se pertencem.
Despeçam-se do cenário no qual as sentenças brincaram.
Vistam-se de luzes à procura
de terrenos baldios.
Circos precisam de arredores
aonde o verbo
descanse.
Rita de Cássia Alves
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